“Mares e Nuvens Flutuantes” faz estreia nacional no Teatro Oficina Olga Reverbel


(foto de Fábio Zambon)

Assim como o butoh em sua essência, "Mares e Nuvens Flutuantes", novo espetáculo dos bailarinos Ana Medeiros e Hiroshi Nishiyama, é banhado por imagens que evocam a beleza, a complexidade e a (in)finitude da vida. Trata-se do quinto trabalho da dupla nos palcos e o primeiro após a indicação de ambos ao Prêmio Açorianos de Dança. A estreia acontece dia 9 de julho, às 19h, no Teatro Oficina Olga Reverbel, dentro do icônico complexo do Theatro São Pedro.

O cerne de “Mares e Nuvens Flutuantes” está no butoh-fu, coreografia da linguagem criada por Tatsumi Hijikata para o mestre Yoshito Ohno. A partir de um pedido da própria família Ohno, Ana e Nishiyama agora reimaginam o butoh-fu, cujas coreografias foram dançadas por Yoshito sensei pelo resto de sua vida. Minimalista em cores e movimentos, o espetáculo celebra imagens e memórias com um olhar impressionista e enevoado.

Ana e Nishiyama, pioneiros no ensino do butoh no Rio Grande do Sul, entram no palco com as sombras que permeiam os nossos espaços e encaram a vida costas a costas com a morte, como faces de uma mesma moeda. No intenso sentir, encontram o sutil pisar, vêem as horas escorrendo em comungo com os mortos e encontram o sol nascendo profundo e turbulento. Eles são novamente dirigidos por Etsuko Ohno, esposa, maquiadora e figurinista de Yoshito Ohno.

Ana conta que muitas imagens são traduzidas em cena, entre elas, as que compuseram a obra “The Dead Sea”, nascida após uma viagem de Kazuo e Yoshito sensei à região do Mar Morto em 1983, e a das águas-vivas que Kazuo Ohno, criador do butoh ao lado de Tatsumi Hijikata, via acompanharem os corpos de seus companheiros de guerra jogados ao mar. 

“Há diálogos muito próximos da nossa realidade como brasileiros. Impossível não relacionar, por exemplo, os corpos levados pela água e pelas águas-vivas com as recentes enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul - e, acima de tudo, com a beleza possível que Yoshito Ohno dizia existir até mesmo nas mais improváveis das circunstâncias”, reflete a bailarina. 

FICHA TÉCNICA
Direção: Etsuko Ohno
Assistente de direção: Mikako Ono e Keiko Ohno
Dançarinos: Ana Medeiros e Hiroshi Nishiyama 
Iluminação: Carol Zimmer
Técnica de Som: Virginia Cigolini
Figurinos: Etsuko Ohno
Confecção dos figurinos: Margarida Rache
Cenografia e cenotécnico: Rodrigo Shalako
Desenho sonoro e intervenções na trilha sonora: Casemiro Azevedo
Produção executiva: Betina Carminatti
Assistente de produção: Ursula Collischonn
Assessoria de imprensa: Matheus Pannebecker
Arte Gráfica: Paulo de Araújo
Elaboração de projeto: Cibele Donato