Palavras de Hiroshi Nishiyama sobre o universo particular de Kazuo Ohno

“Acho que Kazuo Ohno gostava de histórias imaginárias que são diferentes da realidade, histórias poéticas, histórias de fantasmas, histórias do mundo espiritual, histórias do inferno, insetos e répteis... Ele sentia que essas histórias eram mais reais do que a realidade cotidiana.

Sinto que havia um mundo escuro, assustador e desagradável ali. Não apenas o céu, mas também o inferno estava lá.  

No entanto, acho que tudo estava vivo e animado. Eu me perguntei se ele estava brincando com um mundo tão vivo.

O mundo imaginário foi sobreposto ao mundo real e ao corpo real. Talvez ele tenha criado seu mundo entrelaçado até mesmo ao absurdo.  Seu universo era muito rico, criado por camadas: do inferno ao céu, do bem e do mal, da fúria, da sanidade da loucura, da ordem ao caos. Pode-se dizer que a sua prática e a sua arte criaram lugares de encantamento e sedução.

Sobre Yoshito Ohno, penso que ele  criou o espaço, o tempo e a tranquilidade para estabelecer o universo de Kazuo Ohno.

Gostaríamos de praticar dessa forma, e criar espaços para falarmos sobre eles."

(foto de Pascal Berten)