Diário do Japão #1: o retorno às terras orientais e o reencontro com o mestre Yoshito Ohno



A metamorfose do corpo vai acontecendo ao longo das 33 horas de viagem até chegar ao Japão. Desta vez, a entrada neste mundo foi mais tranquila, sem pressa fui me adaptando a troca de fuso horário. Dia e noite, em um primeiro momento se confundem, até o organismo aceitar a nova realidade. Feito esta primeira transição a próxima foi ir ao encontro de Yoshito Ohno e ao berço do Butoh: Kazuo Ohno Dance Studio.

Subir a montanha para chegar ao studio um ato beirando ao sagrado para aqueles que, como eu, foram tocados pela arte de Kazuo Ohno. A natureza, ao longa da subida, vem me acolher com suas cores, fragrâncias, e polifonias sonoras. Os sentidos vão se aguçando até chegar à porta do mestre.

É uma grande alegria reencontrar tanto talento e gentileza em uma única pessoa. Confesso para Yoshito que acredito que existo para vê-lo dançar. Juntos começamos mais uma vez a descobrir o meu caminho no Butoh. Ele diz que "Butoh não está só na dança mas na maneira com que aquele que dança vive sua vida e a torna uma obra de arte, dança.

Então, começamos... Reencontro colegas e a seriedade e o foco que cada um traz para o trabalho, para o estudo com Yoshito.

"O Butoh está no nosso dia a dia" (Yoshito Ohno)